sábado, 22 de maio de 2010

Final do I Semestre na Faculdade


Enfim o fim. Vencemos uma primeira etapa de nossa vida acadêmica, o I Semestre Letivo do Ano 2009.2, do curso de História da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, pelo Programa de Formação de Professores da Plataforma Freire.
 

 Muita coisa aconteceu nesses sete meses, em que crises existenciais e, por que não dizer, crises intelectuais acompanharam momentos de estudo intenso, profunda reflexão e entusiasmo na dose certa. Foi um grande desafio que, certamente, já está nos rendendo grandes frutos no efetivo exercício em sala de aula.
  
Terminado este primeiro semestre, senti a necessidade de fazer uma simplória reflexão acerca das disciplinas que cursei, o meu desempenho nas mesmas e as perspectivas para o próximo semestre, que passo agora a compartilhar com vocês.

1.    História Antiga I - Nessa disciplina o professor Alexandre nos levou a fazermos uma incursão introdutória aos estudos de história da antiguidade, voltado para a discussão de temas centrais da historiografia e arqueologia desde o aparecimento da civilização ao mundo grego, com textos ou livros completos, ora em português, ora em espanhol, além do Código de Hamurabi. Vimos os pressupostos do estudo da história antiga com ênfase às formações sociais; primitiva, escravista, asiática, egípcia, helênica, romana e a Grécia.

2.    História Antiga II -  Já com o professor Luiz Otávio, de forma magnífica mergulhamos na Antigüidade clássica em seu processo histórico grego, do Período Homérico ao Arcaico. Assim focalizamos, de maneira especial, a cidade grega como organização material e simbólica, política, econômica, social e cultural, desde a sua formação até a chamada “crise do século IV a.C.”, apontando para as tendências do desenvolvimento ulterior das poleis no mundo helenístico. 



 3.    Sociologia da Educação -  O professor Francisco Carlos demonstrou enorme conheci-mento geral da Sociologia. Construiu discussões bem inte-ressantes sobre diversos aspectos que regem nossa sociedade e podem influenciar na forma de abordagem de um professor em sala de aula. Foram assuntos bem amplos, com estudos separados de Marx, Durkheim, Weber, Comte, além de temáticas como Capitalismo, Socialismo, Comu-nismo e o Anarquismo. 


Apesar disso, como o próprio nome da disciplina já diz, Sociologia da Educação e não Geral, eu esperava poder estudar as relações existentes entre sociologia e o ensino de história, isto é, as influências da sociologia no pensamento e na prática pedagógica. 


Ao mesmo tempo em que esperava poder compreender as relações entre Escola, Sociedade, Estado e Educação, deficiências que me acompanham desde a época em que fiz o curso de Pedagogia, nesta mesma universidade. Pelo visto, vou ter que me virar pra estudar sozinha.




4.    Psicologia da Educação -  Ana Lúcia Castilhano nos proporcionou o contato com as concepções atuais da Psicologia da Educação e suas abordagens. Dessa forma foi possível enumerar algumas contribuições dessas abordagens para a educação, além de percebermos os pontos de convergência e divergência entre os psicogenéticos os humanistas. 



Creio que poderíamos ter avançado muito mais no que diz respeito à construção social do sujeito: concepção de desenvolvimento. Vai ver Freud tem razão quando diz que a Educação é impossível...



5.    Pesquisa e Prática Docente -  Essa disciplina ministrada pela professora Sheila Cristina se analisada em comparação à ementa apresentada, eu diria que fugiu um pouco dos objetivos propostos e graças a Deus que isso tenha ocorrido. 



O ganho foi nosso, pois tivemos a oportunidade de explorar com mais significado a relação pedagógica no contexto do ensino, subsidiada por diferentes abordagens e tendências pedagógicas, mediante a análise e comentários de filmes alusivos. 



 Além de confrontarmos os conhecimentos teóricos acerca da educação e do ensino, além da articulação e das relações de seus determinantes e estruturantes: homem, sociedade, instituição, planejamento, conteúdos, métodos, recursos e avaliação, problematizados sob a forma de seminários.
 

6.    Introdução aos Estudos Históricos -  Essa disciplina ministrada pela professora Isnara, foi o que eu chamaria de “Calcanhar de Aquiles” de todos nós, por duas razões óbvias, e que, acredito que os colegas irão concordar comigo. A primeira razão e extremamente necessária, diz respeito à desconstrução dos nossos conceitos preconcebidos acerca da história. 



Tida até então como o relato de fatos passados de forma linear e compartimentados. A segunda razão, e a mais significativa, está relacionada ao desenvolvimento da consciência histórica proporcionado pela disciplina e pela forma como a mesma foi trabalhada. 



Desmistificamos o conceito de história discutindo a relação  entre  o  fazer  e  o  contar  as histórias, desde os  gregos até os momentos  iniciais  de construção da modernidade, a partir da reflexão e compreensão da evolução da História enquanto ciência, relacionando-a com as diversas formas de conceber, significar e representar a experiência do passado.



7.    Ensino de História: teoria e metodologia -  Sem dúvida um marco importante na vida de todos nós, a mais rica de todas as aprendizagens nesse primeiro semestre. A disciplina ministrada por Cristina Pina, além de nos proporcionar a discussão e o aprofundamento dos estudos sobre a relação  entre  o  fazer  e  o  contar  as histórias, desde os  gregos até a escola dos annales, permitiu-nos o estudo dos objetos, das fontes e dos métodos da história e de intervenção do historiador. 





Embasamento teórico que culminou na mais rica experiência, a análise do livro didático de História que utilizamos no fazer pedagógico diário.




8.    Leitura e Produção Textual -  Uma das disciplinas que mais gostei, afinal, não é à toa que gosto tanto de ler e escrever sobre tudo que nos envolve. Nessa disciplina ministrada pela professora Ana Maria, tivemos a oportunidade de aprendermos uma infinidade de coisas relacionadas à leitura e à escrita. Vimos as várias possibilidades de leitura de um texto e importantes considerações sobre a noção de texto, que nos levaram também à compreensão da diferença entre texto e textualidade, coerência e coesão, dentre outro de fundamental importância. 

  

Além das diversas produções escritas, o ponto máximo da disciplina foi a leitura e análise crítica do livro “O que é leitura” de Maria Helena Martins, uma experiência inigualável, recomendo a leitura do mesmo.




9.    Seminário Temático -  Essa disciplina, como o próprio professor Roque Felipe costumar se referir “não existe, “não faz parte do currículo”, portanto não havia razão de ser. Ledo engano, pois tinha ele, mesmo sem o saber e assim o fez, a responsabilidade de transformá-la numa disciplina significativa, proveitosa e bem recebida por todos nós. 




Não é de se admirar, portanto, que, em plena tarde de sábado, dela Rita de Cássia, não obteve uma única falta. Assim, foi a partir da disciplina Seminário Temático que germinou a idéia de construção deste Blog, uma iniciativa do professor como parte das avaliações e que me tem proporcionado enorme prazer, compartilhar com todos o meu dia-a-dia na faculdade.



Assim, levando-se em conta de que somos uma turma de alunos, mas também professores em pleno exercício de suas funções, que se desdobram entre o regime de 40 ou mesmo 60 horas, as demais obrigações e as atividades acadêmicas, podemos declarar sem medo de erro que demos um grande passo rumo à conclusão do curso. Uma etapa importante já foi vencida. 


O semestre foi bastante produtivo em discussões, elaboração de textos, seminários, provas e muita diversão, o que não pode faltar. Para o próximo semestre, outros desafios nos aguardam, estejamos prontos e que Deus nos abençoe a todos.

A MULHER NO MUNDO ANTIGO: A Guerra de Tróia




O Tema aqui abordado  é  "A mulher no mundo antigo”, tendo como objeto de análise a Série de filmes “Helena de Tróia”, “Tróia” e “A Guerra de Tróia, fatos narrados na obra literária de Homero, a Ilíada. 


Os filmes, embora objetivem mostrar a guerra travada entre gregos e troianos, tem como pano de fundo a figura de Helena, rainha espartana, esposa de Menelau rei de Esparta, que foi raptada por Páris, príncipe troiano, fato que desencadeou a guerra que durou, cerca de dez anos.




Consideramos a temática de fundamental importância uma vez que a mulher está presente na literatura greco-romana. A epopéia trata da guerra de Tróia, mas, tem-se Helena como o núcleo da trama da história, a mais bela mulher do mundo. Valorizada pela sua beleza, era uma mulher extremamente sedutora, fatal, vista como símbolo erótico.









O filme peca por não abordar a temática conforme Helena é apresentada na epopéia, embora valorizada segundo a estética, ela dispunha de várias prerrogativas na sociedade espartana, que não ficam, totalmente, evidentes no filme. A exemplo, da grande liberdade que ela possuía: podia opinar na política, fazer ginástica, ir às festas, ir ao mercado e participar do comércio, diferentemente das demais mulheres gregas,  caracterizadas pela total submissão ao marido.




Apesar de toda a guerra ter sido travado em função do rapto, de Helena, que por sua vez, era muito disputada entre os homens devido à sua beleza, são poucas as cenas que mostram de fato todas as suas qualidades, a exceção do momento mágico em que ela conhece Páris numa cena de total nudez, enquanto tomava sol no pátio.




O filme dá maior destaque à batalha, propriamente dita, e principalmente ao guerreiro Aquiles. No entanto, ele deixa claro o entendimento de que as mulheres gregas tinham uma importância fundamental para as relações de poder dos reinos gregos, pois os laços matrimoniais consolidavam ou destruíam alianças políticas entre os mesmos, como de fato ocorreu entre os gregos e troianos. 




Do mesmo modo, percebe-se discriminação presente na figura da mulher, que está sempre associada à idéia de sujeição, submissão, como objeto de prazer físico do homem e função procriadora, refletindo as marcas da submissão em relação ao homem.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

EXCELENTE EXPLICAÇÃO DO PORQUÊ AS COISAS ESTAREM DO JEITO QUE ESTÃO..


Capitalismo, Socialismo e Anarquismo



INTRODUÇÃO


A partir dos estudos realizados acerca do Capitalismo, Socialismo e do Anarquismo, bem como da preparação do material básico para execução do seminário, foi possível compreender as profundas transformações sociais, políticas, econômicas e culturais que marcaram o fim da Idade Média e o estabelecimento da Idade Moderna. Esta última,  considerada como uma época de "revolução social" cuja base consiste na "substituição do modo de produção feudal pelo modo de produção capitalista".

Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo apresentar, em linhas gerais, a síntese do seminário realizado pelo grupo de alunos do Curso de Licenciatura em História pelo Programa de Formação de Professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Nele são abordadas as temáticas  como Capitalismo, Socialismo e Anarquismo, trazendo em sua gênese a idéia básica de cada sistema, a relação existente entre eles e a compreensão acerca da concepção política de gestão desses sistemas.

A abordagem desses sistemas é de fundamental importância para a compreensão da Sociedade Contemporânea, haja vista que suas idéias até hoje influenciam a política, a economia e, também, as relações sociais em boa parte do mundo. Sendo assim, torna-se essencial o conhecimento destes temas para a nossa própria formação e atuação, tanto no campo acadêmico, como na prática docente.

Dessa forma, o trabalho traz inicialmente,  a discussão acerca do capitalismo, explorando sua origem e características, bem como as suas fases e o seu modo de produção até chegar ao Capitalismo atual.

No que se refere ao Socialismo, o trabalho procura mostrar sua origem e divergencias ao capitalismo, além de trazer à tona as críticas direcionadas a este sistema, bem como os partidos a ele ligados e seus defensores.

Por último, e de forma breve, o trabalho destaca também o Anarquismo, passando desde a sua conceituação aos seus princípios e a consolidação dos seus ideais, além de seus mais ferrenhos defensores, abordando assim, as principais contribuições teóricas dos autores.



O CAPITALISMO

O Capitalismo é um sistema econômico que vem definindo a história do mundo desde meados de 1400 até os nossos dias. No entanto, esse modelo econômico não é algo que tenha permanecido sob uma única forma ao longo desse tempo todo. Durante seis séculos, o capitalismo vem passando por diversas fases e influenciando de diferentes formas as sociedades onde ele foi implantado.

Também sofreu a ação de diversos fatores históricos e foi a causa de inúmeros outros. Assim, é praticamente impossível estudar a história do mundo ocidental a partir da modernidade, sem entender o capitalismo. Para começar, precisamos conhecer o próprio surgimento, bem como o seu conceito.

O Capitalismo se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção e pela liberdade de iniciativa dos próprios cidadãos. Nesse sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo da oferta e da procura.

Outros elementos que caracterizam o capitalismo são a acumulação permanente de capital; a geração de riquezas; o papel essencial desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados financeiros; a concorrência, a inovação tecnológica ininterrupta e, nas fases mais avançadas de evolução do sistema, o surgimento e expansão das grandes empresas multinacionais. A divisão técnica do trabalho, ou seja, a especialização do trabalhador em tarefas cada vez mais segmentadas no processo produtivo é também uma característica importante do modo capitalista de produção, uma vez que proporciona aumento de produtividade. O modelo capitalista também é chamado de economia de mercado ou de livre empresa.

Origem do Capitalismo

A crise do sistema feudal e o progressivo desenvolvimento do sistema capitalista foram às condições fundamentais para o surgimento do mundo moderno. Essa transição teve seus princípios no Século XII e avança até o final do Século XVIII. Seus limites extremos foram respectivamente, a crise do sistema feudal e a Revolução Industrial.

À medida que as relações feudais se transformavam, um novo sistema econômico começava a despontar na Europa, o capitalismo mercantil. Seriam necessários séculos para que se tornasse hegemônico no continente, mas muitos de seus princípios já estavam latentes naquelas sociedades da Baixa Idade Média.

Fases do capitalismo

A primeira fase de expansão do capitalismo confunde-se com a revolução industrial, cujo berço foi a Inglaterra, de onde se estendeu aos países da Europa ocidental e, posteriormente, aos Estados Unidos. A evolução do capitalismo industrial foi em grande parte conseqüência do desenvolvimento tecnológico. Por imposição do mercado consumidor os setores de fiação e tecelagem foram os primeiros a usufruir os benefícios do avanço tecnológico. A indústria manufatureira evoluiu para a produção mecanizada, possibilitando a constituição de grandes empresas, nas quais se implantou o processo de divisão técnica do trabalho e a especialização da mão-de-obra.

Na Inglaterra, Adam Smith e seus seguidores desenvolveram sua teoria liberal sobre o capitalismo. Na França, após a revolução de 1789 e as guerras napoleônicas, passou a predominar a ideologia do laissez-faire, ou do liberalismo econômico, que tinha por fundamentos o livre comércio, a abolição de restrições ao comércio internacional, o livre-câmbio, o padrão-ouro e o equilíbrio orçamentário. O liberalismo se assentava no princípio da livre iniciativa, baseado no pressuposto de que a não regulamentação das atividades individuais no campo socioeconômico produziria os melhores resultados na busca do progresso.

A partir da primeira guerra mundial, o quadro do capitalismo mundial sofreu importantes alterações: o mercado internacional restringiu-se; a concorrência americana derrotou a posição das organizações econômicas européias e impôs sua hegemonia inclusive no setor bancário; o padrão-ouro foi abandonado em favor de moedas correntes nacionais, notadamente o dólar americano, e o movimento anticolonialista recrudesceu.

Os Estados Unidos, depois de liderarem a economia capitalista mundial até 1929, foram sacudidos por violenta depressão econômica que abalou toda sua estrutura e também a fé na infalibilidade do sistema. A política do liberalismo foi então substituída pelo New Deal: a intervenção do estado foi implantada em muitos setores da atividade econômica, o ideal do equilíbrio orçamentário deu lugar ao princípio do déficit planejado e adotaram-se a previdência e a assistência sociais para atenuar os efeitos das crises. A progressiva intervenção do estado na economia caracterizou o desenvolvimento capitalista a partir da segunda guerra mundial. Assim, foram criadas empresas estatais, implantadas medidas de protecionismo ou restrição na economia interna e no comércio exterior e aumentada a participação do setor público no consumo e nos investimentos nacionais.

Crítica ao capitalismo

 A mais rigorosa crítica ao capitalismo foi feita por Karl Marx, ideólogo alemão que propôs a alternativa socialista para substituir o Capitalismo. Segundo o marxismo, o capitalismo encerra uma contradição fundamental entre o caráter social da produção e o caráter privado da apropriação, que conduz a um antagonismo irredutível entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a burguesia e o proletariado, isto é o empresariado e os assalariados.

O caráter social da produção se expressa pela divisão técnica do trabalho, organização metódica existente no interior de cada empresa, que impõe aos trabalhadores uma atuação solidária e coordenada. Apesar dessas características da produção, os meios de produção constituem propriedade privada do capitalista. O produto do trabalho social, portanto, se incorpora a essa propriedade privada. Segundo o marxismo, o que cria valor é a parte do capital investida em força de trabalho, isto é, o capital variável. A diferença entre o capital investido na produção e o valor de venda dos produtos, a mais-valia (lucro), apropriada pelo capitalista, não é outra coisa além de valor criado pelo trabalho.

Segundo os Marxistas, o sistema capitalista não garante meios de subsistência a todos os membros da sociedade. Pelo contrário, é condição do sistema a existência de uma massa de trabalhadores desempregados, que Marx chamou de exército industrial de reserva, cuja função é controlar, pela própria disponibilidade, as reivindicações operárias. O conceito de exército industrial de reserva derruba, segundo os marxistas, os mitos liberais da liberdade de trabalho e do ideal do pleno emprego.

A experiência Marxista

Depois de setenta anos de vigência, e muitas dificuldades internas decorrentes, principalmente, da instalação de burocracias autoritárias no poder, os regimes socialistas não tinham conseguido estabelecer a sociedade justa e de bem-estar que pretendiam seus primeiros ideólogos. A União Soviética, maior potência militar do planeta, exauriu seus recursos na corrida armamentista, mergulhou num irrecuperável atraso tecnológico e finalmente se dissolveu em 1991. A Iugoslávia socialista se fragmentou em sangrentas lutas étnicas e a China abriu-se, cautelosa e progressivamente, para a economia de mercado.

O capitalismo, no entanto, apesar de duramente criticado pelos marxistas, mostrou uma notável capacidade de adaptação a novas circunstâncias, fossem elas decorrentes do progresso tecnológico, da existência de modelos econômicos alternativos ou da crescente complexidade das relações internacionais.

O SOCIALISMO

A consolidação da ordem burguesa, industrial e capitalista na Europa do século XIX produziu profundas transformações no mundo do trabalho. As precárias condições de vida dos trabalhadores, as longas jornadas de trabalho, a exploração em larga escala do trabalho feminino e infantil, os baixíssimos salários, o surgimento de bairros operários onde conforto e higiene inexistiam, eram apenas algumas das contradições geradas pela nova sociedade capitalista.

É dentro desse contexto que se desenvolve a teoria socialista. Trata-se ao mesmo tempo, de uma reação aos princípios da economia política clássica e às práticas do liberalismo econômico que, nessa época, serviam de referencial teórico ao desenvolvimento do capitalismo.

Os pensadores socialistas entendiam que a produção capitalista, estabelecida a partir da propriedade privada dos meios de produção e da exploração do trabalho assalariado, era incapaz de socializar a riqueza produzida. Pelo contrário, o capitalismo tendia à máxima concentração da renda, não apenas pelo avanço contínuo do progresso da técnica aplicada à produção, mas, também, e principalmente, pelo fato de se apropriar do excedente das riquezas, produzidas pelos trabalhadores.

O Socialismo é um sistema político-econômico ou uma linha de pensamento criado no século XIX para confrontar o liberalismo e o capitalismo. A idéia foi desenvolvida a partir da realidade na qual o trabalhador era subordinado naquele momento, como baixos salários, enorme jornada de trabalho entre outras.

Nesse sentido, o socialismo propõe a extinção da propriedade privada dos meios de produção e a tomada do poder por parte do proletariado e controle do Estado e divisão igualitária da renda.

Os precursores dessa corrente de pensamento foram Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858), conhecidos como criadores do socialismo utópico. Outros pensadores importantes que se enquadram no socialismo científico são os conhecidos Karl Marx e Friedrich Engels.

Apesar das idéias socialistas terem sido criadas ainda no século XIX, foram somente no século XX colocadas em vigor. O primeiro país a implantar esse regime político foi à Rússia, a partir de 1917, quando ocorreu a Revolução Russa, momento em que o governo monarquista foi retirado do poder e instaurado o socialismo. Após a Segunda Guerra Mundial, esse regime foi introduzido em países do leste europeu, nesse mesmo momento outras nações aderiram ao socialismo em diferentes lugares do mundo, a China, Cuba, alguns países africanos e outros do sudeste asiático.

Diante de todas as considerações, a seguir os principais aspectos do socialismo que deixam claro a disparidade com o sistema capitalista:
• Socialização dos meios de produção: todas as formas produtivas, como indústrias, fazendas entre outros, passam a pertencer à sociedade e são controladas pelo Estado, não concentrando a riqueza nas mãos de uma minoria.
• Não existem classes, ou seja, existe somente a classe trabalhadora e todos possuem os mesmos rendimentos e oportunidades.
• Economia planificada: corresponde a todo controle dos setores econômicos, dirigidos pelo Estado, determinando os preços, os estoques, salários, regulando o mercado como um todo.

O socialismo que foi desenvolvido no decorrer do século XX e que permanece em alguns países até os dias atuais é conhecido por socialismo real, em outras palavras foi executado de forma prática. Por outro lado, o socialismo ideal é aquele desenvolvido no século XIX, que pregava uma sociedade sem distinção e igualitária, que acabava com o capitalismo. Os pensadores dessa vertente socialista eram em sua maioria anarquistas.

O principal pensador do socialismo foi Karl Marx, para ele esse regime surgiu a partir do capitalismo e seus meios de produção, tendo seu controle desempenhado pelo proletário, assim como o Estado, que posteriormente seria extinto, dando origem ao comunismo que corresponde a uma sociedade sem governo, polícia, forças armadas entre outros, além de não possuir classes sociais e economia de mercado.

Após o declínio do socialismo, a partir de 1991 com a queda da União Soviética, o sistema perdeu força no mundo, atualmente poucos países são socialistas, é o caso da China, Vietnã, Coréia do Norte e Cuba.

O ANARQUISMO
Movimento que surge no século XIX, propondo uma organização da sociedade onde não haja nenhuma forma de autoridade imposta. Para os anarquistas, uma revolução não deve levar à criação de um novo Estado porque este seria sempre uma nova forma de poder coercitivo. O anarquismo tem duas correntes importantes. Uma, pacífica, que tem como principal representante o francês Pierre-Joseph Proudhon. Para ele qualquer mudança social deve ser feita com base na fraternidade e na cooperação entre os homens.

A outra corrente afirma que a modificação da sociedade só pode ser feita depois de destruída toda a estrutura social existente. Para isso é válida a utilização da violência e do terrorismo. O russo Mikhail Bakunin, considerado um dos principais teóricos e militantes do anarquismo, chega a participar de atentados, influenciado por Serguei Netchaiev, um dos defensores dessa corrente.

Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), principal teórico do movimento anarquista, nasce em Besançon, França. Como sua família não tem condições de mantê-lo na escola, torna-se autodidata. Aos 18 começa a trabalhar como tipógrafo. Em 1840 publica “O que é a propriedade?”, onde defende a idéia de que toda propriedade é uma forma de roubo. Sua crítica à sociedade passa a sensibilizar um grande número de trabalhadores e em 1848 ele é eleito para a Assembléia Nacional.

Participa pouco das atividades parlamentares, mas suas idéias, divulgadas também em seu trabalho como jornalista, contribuem para a transformação do anarquismo em movimento de massas. Para ele a sociedade deve organizar sua produção e consumo em pequenas associações baseadas no auxílio mútuo entre as pessoas. Seus livros mais importantes são Sobre o princípio federativo, de 1863, e Sobre a capacidade política das classes trabalhadoras, de 1865. Morre de cólera em Paris.

Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (1814-1876), anarquista russo, nasce em Premukhino, filho de um grande latifundiário. Em 1840 começa a estudar na Universidade de Berlim e no ano seguinte começa a se dedicar a atividades políticas. Entre 1843 e 1848 viaja por toda a Europa. Participa de movimentos revolucionários na Alemanha e acaba condenado à morte. Foge para a Rússia, onde é preso e deportado para a Sibéria, de onde foge para o Japão. Volta para a Europa e se envolve em movimentos revolucionários na Polônia e na Itália. Adere à Primeira Internacional.

Em 1868 funda a Aliança Internacional Democrática Social, entidade de destaque na introdução do anarquismo na Espanha. A partir de 1869 promove atentados junto com o russo Netchaiev. A intensa militância não impede que Bakunin deixe uma obra teórica. Propõe a revolução universal baseada no campesinato e defende o uso de violência. Entre seus livros mais importantes estão Deus e o Estado, de 1871, Federalismo, socialismo e antiteologismo, de 1872, e O Estado e a anarquia (1873). Morre em Berna, Suíça.

Comuna de Paris – Estado revolucionário formado em 1871 pelos operários de Paris. Dirigidos pelos socialistas blanquistas (partidários de Louis Blanc), e diante da situação criada pela guerra franco-alemã (tropas alemãs ocupam a capital), os operários realizam uma insurreição e assumem o poder. São derrotados pelas tropas estrangeiras. Cerca de 20 mil operários são executados. Seu fracasso contribui decisivamente para o declínio da I Internacional, que é extinta em 1876.

Marxismo e anarquismo

Na metade do século XIX, separaram-se as duas vertentes do movimento socialista que polarizaram as discussões ideológicas: o marxismo e o anarquismo. Ao mesmo tempo, o movimento operário começava a adquirir força no Reino Unido, França e em outros países onde a industrialização progredia.

Contra as formas utópicas, humanitárias ou religiosas, Karl Marx e Friedrich Engels propuseram o estabelecimento de bases que chamaram de “científicas” para a transformação da sociedade: o mundo nunca seria modificado somente por idéias e sentimentos generosos, mas sim, pela luta de classes. Com base numa síntese entre a filosofia de Hegel, a economia clássica britânica e o socialismo francês, defenderam o uso da violência como único meio de estabelecer a ditadura do proletariado (comunismo) e assim atingir uma sociedade justa, igualitária e solidária. No Manifesto comunista, de 1848, os dois autores apresentaram uma previsão de decadência do sistema capitalista e prognosticavam a marcha dos acontecimentos rumo à revolução socialista.

O anarquismo contou com diversos teóricos de diferentes tendências, mas nunca se converteu num corpo dogmático de idéias, como o de Marx. Proudhon combateu o conceito de propriedade privada e afirmou que os bens adquiridos mediante a exploração da força de trabalho constituíam um roubo. Bakunin negou os próprios fundamentos do estado e da religião e criticou o autoritarismo do pensamento marxista. Piotr Kropotkin via na dissolução das instituições opressoras e na solidariedade o caminho para o que chamou de comunismo libertário.

Na Rússia czarista, o Partido Social Democrata foi fundado em 1898, na clandestinidade, mas dividiu-se em 1903 entre o setor marxista revolucionário, dos bolcheviques, e o setor moderado, dos mencheviques. Liderados por Vladimir Lenin, os bolcheviques chegaram ao poder com a revolução de 1917.
As idéias socialistas tiveram bastante aceitação em diversos países das áreas menos industrializadas do planeta. Na maioria dos casos, porém, o socialismo da periferia capitalista adotou práticas políticas muito afastadas do modelo europeu, com forte conteúdo nacionalista.

Fim do "socialismo real" (comunismo)

Na última década do século XX chegou ao fim, de forma inesperada, abrupta e inexorável, o modelo socialista criado pela União Soviética. O próprio país, herdeiro do antigo império russo, deixou de existir. Nos anos que se seguiram, cientistas políticos das mais diversas tendências se dedicaram a estudar as causas e conseqüências de um fato histórico e político de tanta relevância.

Dentre os fatores explicativos do fim do chamado "socialismo real" da União Soviética destacam-se a incapacidade do país de acompanhar a revolução tecnológica contemporânea, especialmente na área da informática, a ausência de práticas democráticas e a frustração das expectativas de progresso material da população. As explicações sobre o colapso da União Soviética abrangem os demais países do leste europeu que, apesar de suas especificidades, partilharam das mesmas carências.



REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA


AARÃO Reis, Daniel. Uma revolução perdida. A história do socialismo soviético. São Paulo, Ed. Fundação Perseu Abramo, 1997.


BAKUNIN, Michael Alexandrovich. Textos Anarquistas. Editora L&PM POCKET. Revista Caros Amigos, edição de agosto de 1997, Roberto Freire, Christiania.  

______. A aventura socialista no século XX. São Paulo, Atual, 1999.


BEAUD, Michel.  História do Capitalismo. Trad. portuguesa, Ed. Teorema, 1992.


FERNANDES, Florestan. Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina. Rio de Janeiro, Zahar, 1973.


______. Em busca do socialismo: últimos escritos & outros textos. São Paulo, Xamã, 1995.


FONSECA, Ronaldo. Marxismo e Globalização. Ed. Campo das Letras, 2002.

GIDDENS, Anthony. Capitalismo e moderna teoria social. Trad. portuguesa, Ed. Presença, 1999.

JOSEPH Schumpeter. Capitalismo, socialismo e democracia, Aguilar, México, 1952.

MARX, K. e ENGELS, F.  Manifesto do Partido Comunista, in OBRAS ESCOLHIDAS, Tomo I, trad. portuguesa, Ed. Avante, 1982.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Caríssimos Professores,



Pessoas Especiais como vocês, não são donos de si pertencem aos que amam.



Compartimentam os corações
para poder melhor dividi-los entre os que amam.






Pessoas especiais como vocês, têm ouvidos na alma, para melhor escutarem as agruras aos que amam.





Pessoas especiais como vocês têm braços de infinito para melhor abraçarem o sorriso e as lágrimas daqueles a quem amam.







Pessoas especiais como vocês têm em vós a essência da amizade, para perfumar o mundo com amor verdadeiro.







Pessoas especiais são como “fadas”, com dedos de condão para tocar com magia o semblante dos que amam.







Pessoas especiais são dádivas de Deus para abençoar os caminhos daqueles que cruzaram os seus.





Que bom que tivemos o privilégio de tê-los como nosso professores nesse I Semestre Letivo de 2009.






Somos gratos pelas orientações,e pela mediação no processo de construção do conhecimento que ora iniciamos.







Vocês são especiais...


Parabéns a todos aqueles que têm a Educação como um ofício de liberdade e transformação!!!

domingo, 16 de maio de 2010

Dê adeus à ansiedade... a ordem é se divertir!



Não é raro nos encontramos preocupados com a vida profissional, vida acadêmica, vida financeira, e nos esquecermos de nós mesmos. Somos tendenciosos a esquecermos, principalmente, que precisamos de momentos de lazer e descontação, aproveitando ao máximo o que a vida tem a nos proporcionar.
O resultado desse esquecimento, geralmente se manifesta sob a forma de ansiedade, preocupação, medo, entre outras angústias, prejudicando assim o nosso rendimento e a nossa qualidade de vida individual e coletiva.


Mas, afinal, o que fazer? Como agir para conciliarmos sonhos, trabalhos, estudos, vida em família, vida espiritual e diversão, de modo que o bom combate se torne prazeroso e edificante?

Pode até parecer ridículo dizer isso, mas creio que a nossa turma de História  do Curso de Formação de Professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, encontrou o caminho. 
Tansformando as coisas e conquistas do dia-a-dia e aprendendo a dar valor a cada momento da vida, saboreando os momentos agradáveis com os colegas e professores, quer seja durante as aulas, nos intervalos, durante o almoço, ou até mesmo contemplando a Natureza. 






Afinal o Campus da UESB é mesmo propício para isso, nos presenteia com um VERDE espetacular, que convida realmente à contemplação.





Faça como nós. 







Divirta-se agora mesmo, seja feliz!!



Saúde e Paz.